A OAB carioca, que já havia lançado em 2010 a campanha pela memória e pela verdade, que hoje tem mais de 45 mil assinaturas em favor da abertura dos arquivos da ditadura militar , anunciou a criação de uma comissão da verdade própria que tem por objetivo ouvir relatos sobre a atuação de juízes e promotores da justiça militar durante os julgamentos de presos políticos na ditadura.
A Comissão irá atuar em três linhas de ações: a criação pela Seccional de sua própria Comissão da Verdade, a transformação de locais de tortura em centros de memória e uma série de eventos para debater o tema.
O presidente da secional carioca, Wadih Damous, é um defensor da abertura dos arquivos, para ele, o Brasil terá uma verdadeira democracia somente quando sua história for esclarecida: "A sociedade brasileira quer saber o que realmente aconteceu nos porões da ditadura e, mais do que querer, precisa saber dos fatos para que eles não se repitam".
As informações coletadas serão encaminhadas para a Comissão da Verdade criada pela Lei 12.528/2011 e instalada recentemente pelo governo federal.
Em entrevista, no início deste mês ao S21 Damous afirmou que "É muito melhor sofrer ou sentir dores por estarmos diante da verdade do que vivermos na omissão dela ou na mentira, que é o que acontece hoje no Brasil. Sobretudo quando pensamos na futuras gerações. Quando em sala de aula se fala sobre ditadura militar, os jovens imaginam que foi algo que ocorreu há muito tempo na história, centenas de anos atrás. E o que aconteceu é muito recente. É fundamental nossa democracia amadurecer enfrentando as mazelas que aconteceram a partir de 1964."
Lembramos que foi, também, a OAB-RJ quem lançou a campanha por eleições diretas na OAB, para escolha do presidente da entidade no âmbito federal. O Brasil tem cerca de 700 mil advogados inscritos na entidade, mas quem escolhe seu presidente são somente 81 conselheiros federais e com o voto secreto. Prega a democracia mas não pratica em seu âmbito.
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