terça-feira, 20 de maio de 2014

MPF DENUNCIA CINCO MILITARES POR MORTE DE RUBENS PAIVA


Nesta segunda-feira (19), o MPF (Ministério Público Federal) no Rio de Janeiro denunciou cinco militares reformados do Exército pelo homicídio e ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Paiva bem como por associação criminosa armada e três deles por fraude processual.

O crime ocorreu entre os dias 21 e 22 de janeiro de 1971, no Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 1° Exército, no Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte do Rio.

Após mais de quarenta anos, o MPF formulou denúncia a partir de novas provas descobertas na casa de Paulo Malhães, em Nova Iguaçu, onde o coronel foi encontrado morto no mês passado (relembre) depois de ter realizado um forte depoimento na Comissão da Verdade (relembre).

Os documentos encontrados reforçam o caminho traçado pela investigação, mas permanecem sob sigilo. Além disso, os depoimentos de 27 pessoas apoiaram a denúncia.

O ex-comandante do DOI José Antônio Nogueita Belham e o ex-integrante do CIE (Centro de Informações do Exército) coronel Rubens Paim Sampaio foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa armada. Ambos podem ser condenados a até 37 anos e seis meses de prisão.

Já o coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos e os militares Jurandyr Ochsendorf e Souza e Jacy Ochsendorf e Souza foram denunciados pelos crimes de ocultação de cadáver, fraude processual e associação criminosa armada. As penas para os três podem superar dez anos de prisão.

O MPF pediu, além das prisões, que as aposentadorias dos denunciados sejam cassadas e que os órgãos militares sejam "oficiados para despi-los das medalhas e condecorações obtidas ao longo da carreira".

As ações dos militares denunciados são considerados crimes de Estado, e podem ser considerados como de lesa-pátria não havendo prescrição por tratar-se de crime contra a humanidade. Além disso, não se enquadram na Lei da Anistia por terem sido praticados dentro de uma lógica de “ataque sistemático e generalizado contra a população civil por um sistema semiclandestino de repressão política”.

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