A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo
irá tratar de violações aos Direitos Humanos na FMUSP (Faculdade de
Medicina da USP), no dia 11 de novembro de 2014, terça-feira, às 14
horas, na ALESP, Auditório Paulo Kobayashi. Esta Audiência foi motivada
por denúncias de violências e opressões que chegaram a essa Comissão.
Ano após ano a sociedade se depara com relatos de trotes bárbaros nas
universidades, e as faculdades de medicina sempre figuram entre eles. A
violência, simbólica ou física, não é restrita ao momento de ingresso do
estudante na vida universitária, tampouco é exclusividade das
faculdades de medicina, embora se intensifique nelas. Muitas dessas
violências ficam invisíveis porque estão naturalizadas, assim, muita das
vezes, nem opressor nem oprimido têm consciência da posição que ocupam,
e o que deveria ser extra-ordinário passa a ser ordinário.
No
entanto, cumpre entendermos porque em determinados segmentos – e no caso
particular da Audiência a FMUSP – opressões e violências não são casos
isolados, mas frequentes, de tal forma a se transformarem em regras
tácitas, que no limite nos leva a acreditar que existe um currículo
oculto na FMUSP e noutros cursos de medicina. E, certamente, isso tem
impacto na formação de nossos médicos.
Se por si só violações de
direitos humanos de qualquer monta é objeto e obrigação de apuração pela
Comissão de Direitos Humanos da Alesp, torna-se mais relevante quando
essas violações aparentam ser sistemáticas, ou seja, estruturais.
Estando, portanto, diretamente ligadas à formação médica. Nesse
diapasão, falamos de algo que não é do interesse particular de um
microcosmo, mas de toda a sociedade, até porque a afeta de forma
indelével.
A Audiência não tem intenção de “fulanizar”, até porque
quanto mais se analisa um meio, mais tende-se a verificar que nenhum
sujeito é culpado pelo que acontece – o que não implica em não haver
responsabilidades –, mas de entender o que se passa na FMUSP e
contribuir para o aperfeiçoamento desta instituição, particularmente ao
que se refere à emancipação humana.
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