domingo, 9 de novembro de 2014

COMISSÃO DA VERDADE TRATA DE VIOLAÇÕES NA FACULDADE DE MEDICINA DA USP


A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo irá tratar de violações aos Direitos Humanos na FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), no dia 11 de novembro de 2014, terça-feira, às 14 horas, na ALESP, Auditório Paulo Kobayashi. Esta Audiência foi motivada por denúncias de violências e opressões que chegaram a essa Comissão.

Ano após ano a sociedade se depara com relatos de trotes bárbaros nas universidades, e as faculdades de medicina sempre figuram entre eles. A violência, simbólica ou física, não é restrita ao momento de ingresso do estudante na vida universitária, tampouco é exclusividade das faculdades de medicina, embora se intensifique nelas. Muitas dessas violências ficam invisíveis porque estão naturalizadas, assim, muita das vezes, nem opressor nem oprimido têm consciência da posição que ocupam, e o que deveria ser extra-ordinário passa a ser ordinário.

No entanto, cumpre entendermos porque em determinados segmentos – e no caso particular da Audiência a FMUSP – opressões e violências não são casos isolados, mas frequentes, de tal forma a se transformarem em regras tácitas, que no limite nos leva a acreditar que existe um currículo oculto na FMUSP e noutros cursos de medicina. E, certamente, isso tem impacto na formação de nossos médicos.

Se por si só violações de direitos humanos de qualquer monta é objeto e obrigação de apuração pela Comissão de Direitos Humanos da Alesp, torna-se mais relevante quando essas violações aparentam ser sistemáticas, ou seja, estruturais. Estando, portanto, diretamente ligadas à formação médica. Nesse diapasão, falamos de algo que não é do interesse particular de um microcosmo, mas de toda a sociedade, até porque a afeta de forma indelével.

A Audiência não tem intenção de “fulanizar”, até porque quanto mais se analisa um meio, mais tende-se a verificar que nenhum sujeito é culpado pelo que acontece – o que não implica em não haver responsabilidades –, mas de entender o que se passa na FMUSP e contribuir para o aperfeiçoamento desta instituição, particularmente ao que se refere à emancipação humana.

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