Da France Presse
Um juiz chileno decretou nesta terça-feira (21) a prisão de sete
militares reformados do Exército por seu envolvimento no assassinato de
um fotógrafo em 1986, durante uma manifestação contra a ditadura do
general Augusto Pinochet (1973-1990).
"O juiz Mario Carroza decretou a prisão de sete oficiais e suboficiais
reformados do Exército pela morte do fotógrafo Rodrigo Rojas Denegri, em
2 de julho de 1986", disse um funcionário do Poder Judiciário à AFP.
As ordens de prisão envolvem os militares Luis Zúñiga, Francisco
Vásquez, Sergio Hernández, Julio Castañen, Iván Figueroa, Nélson Medina e
Jorge Astengo, e quatro dos sete já estão detidos.
Rojas Denegri morreu aos 19 anos, durante um protesto contra o regime
de Pinochet em Santiago, após ser detido por uma patrulha militar quando
fotografava ao lado da estudante Carmen Quintana, 18.
Os militares bateram, jogaram gasolina e atearam fogo aos jovens.
Denegri morreu quatro dias depois, enquanto a estudante sobreviveu,
apesar de ter 62% do corpo queimado, após ser tratada no Canadá.
O caso ficou conhecido internacionalmente devido à crueldade dos
militares e os dois jovens se transformaram em um símbolo dos direitos
humanos e da luta contra a ditadura.
A Corte Suprema do Chile condenou em 1993 o oficial Pedro Fernández,
chefe da patrulha, a 600 dias de prisão pela morte do fotógrafo. No ano
2000, um tribunal impôs ao militar uma indenização de 500 mil dólares em
favor de Carmen Quintana.
A ditadura de Pinochet deixou 3.200 mortos e mais de 38 mil detidos e torturados, segundo números oficias.
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