quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SEM DIALOGAR RESTA OCUPAR!


O direito de ocupar escolas, exercido por alunos no Estado de São Paulo, surge do absoluto descaso do governador Geraldo Alckmin com a educação. Há décadas, ele e seus pares estão no Palácio dos Bandeirantes administrando o Estado e deixando de lado a necessária preocupação com a prática da cidadania e da convivência democrática no ambiente escolar. O comunicado de que escolas serão fechadas e que haverá uma “reorganização” na educação a partir de 2016 sem qualquer consulta junto à comunidade comprova mais uma vez isso.

Sem dialogar resta ocupar!

Apresentamos algumas informações para que tal direito se efetive:

1. Realização de assembleias. Antes de decidir pela ocupação é preciso consultar os(as) alunos(as) e demais interessados a fim de conscientizar a todos(as) sobre a ação. Se houver necessidade, promova convocação por meio de cartazes, panfletos, etc. Será nessa reunião que todos avaliarão as diretrizes do movimento e decidirão sobre os atos a serem praticados. As decisões necessitam de uma comunicação interna eficiente para que todos(as) que estão na ocupação tenham conhecimento de suas funções, responsabilidades e encaminhamentos. Ao final de cada assembleia, realize o registro de tudo que foi decidido (elabore ata para cada assembleia realizada contendo data, hora, decisões e fatos importantes).
 
2. Comissões e Atividades. É importante que haja organização e desenvolvimento de atividades. Por isso, é possível que sejam formadas comissões a fim de realizar todas as tarefas e promover ações, tais como: debates, intervenções, passeatas, apresentação artística, etc. Tais atos fortalecem o movimento e podem contagiar a comunidade, o que fortalece as reivindicações dos que ocupam.
 
3. Segurança. Ela é fundamental e precisa ser prioridade tendo como objetivo resguardar o patrimônio público bem como a integridade física dos estudantes e participantes através do controle de entrada e saída de pessoas. É importante que os alunos tenham seus documentos de identificação (RG, por exemplo) e, ainda, a ciência de que qualquer ação da polícia militar ou da justiça só poderá ser efetivada com a presença do Conselho Tutelar. Recomenda-se: que não sejam promovidas ações individuais; que respeitem a atuação de entidades e órgãos envolvidos; que promova diálogo com todos, especialmente pais, professores e policiais; que não assinem nenhum documento sem que haja certeza de que o teor corresponda à verdade.
 
4. Não aceite provocação. É necessário estar atento a provocações de pessoas contrárias à realização da ocupação ignorando-as. Essa é uma conhecida estratégia que busca com isso criar conflitos fazendo com que o movimento perca força e seja apontado como violento.

5. Limpeza. Todos precisam se responsabilizar pela limpeza para que se resguarde, inequivocamente, o ideal de defender a escola e o patrimônio público.

6. Alimentação. Ela precisa ser garantida por um grupo específico que necessariamente irá avaliar a estrutura existente na escola para esse fim. No caso de escolas em que a cozinha esteja trancada ou que tenha o acesso interditado os ocupantes podem solicitar doações aos pais e à comunidade.

 7. Apoio. Para que a resistência se fortaleça e aumente é preciso buscar apoio de ONGs, Associações, Coletivos, professores, pais e da comunidade. O suporte jurídico e médico é fundamental e precisa se fazer presente no local.
 
8. Meios de Comunicação. Diante da absoluta falta de democracia dos meios de comunicação de massa, que tem como prática distorcer informações sobre o movimento, é importantíssimo que seja formado um grupo de estudantes responsável por registrar todos os acontecimentos através de fotos e vídeos para serem compartilhados na internet, especialmente nas redes sociais, para que a sociedade seja informada dos fatos. 

Encaminhem informações para a página do Coletivo Advogados para a Democracia (www.coade.net.br ) no Facebook ou pelo e-mail coadesp@gmail.com .

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