quinta-feira, 25 de maio de 2017

NOTA DE REPUDIO ÀS PRÁTICAS FASCISTAS NA "CRACOLÂNDIA"



O Coletivo Advogados para Democracia (COADE) repudia a ação covarde, desproporcional e violenta de ataque, realizada pela guarda civil metropolitana e a polícia militar no último domingo (21/05), contra usuários de drogas, comerciantes e moradores da região conhecida como “Cracolândia”.
Trata-se de mais uma atitude vil dos governos tucanos de São Paulo que acreditam que a repressão policial irá resolver um problema de saúde pública. É inconcebível, em um Estado Democrático de Direito que cidadãos e cidadãs que residem nas ruas ou em suas casas naquela região tenham sido agredidos(as), mais uma vez, pela prática fascista dos governos do PSDB.

Não obstante, o prefeito de São Paulo determinou por decreto irregular, demolir edificações que pertencem ao patrimônio histórico da cidade e ainda solicitou ao judiciário permissão para a realização de internação compulsória de 400 pessoas que, supostamente, são viciadas em crack e outras drogas. Tais atitudes comprovam a irresponsabilidade e incapacidade do atual prefeito de administrar a cidade.

Há relatos de moradores afirmando que a polícia militar levou diversas pessoas no domingo e que não existem informações do paradeiro das mesmas, incluindo crianças e menores de idade. Como se isso não bastasse, a guarda civil metropolitana está na porta de edifícios ocupados por pessoas sem teto, ameaçando os moradores e afirmando que aqueles que saírem serão impedidos de retornar. Nesses locais existem gestantes, idosos e crianças.

Moradores da região, que não são usuários de drogas e tem moradia própria afirmam que também tiveram suas residências invadidas e destruídas pelos policiais.

Tudo sob os olhares atentos e cúmplices do prefeito João Dória e do governador Geraldo Alckmin, que estiveram in loco acompanhando a desumana ação.

Nos solidarizamos com os dependentes químicos, moradores de rua, comerciantes e moradores do bairro atingidos por essa ilegalidade.

Discordamos, veementemente, da prática higienista reconhecidamente promovida pelos mesmos que governam o Estado há décadas bem como o processo de gentrificação realizado em favor da criminosa especulação imobiliária que transformou São Paulo em um balcão de negócios.

O COADE, que nasceu na defesa das vítimas do massacre do Pinheirinho, promovido em janeiro de 2012, em São José dos Campos, não poderia se calar diante de mais essa ignomínia praticada pelos mesmos governantes, se manifestando em defesa da população marginalizada, pobre, vulnerável e invisível que é descartada como lixo de acordo com os interesses econômicos e políticos daqueles que, desavergonhadamente, afirmam governar a cidade e o Estado de São Paulo.


COLETIVO ADVOGADOS PARA DEMOCRACIA - COADE