segunda-feira, 25 de maio de 2015

LUTA PARA TRANSFORMAR EX-DOI-CODI EM MEMORIAL CONTINUA


No último sábado (23) centenas de pessoas estiveram no II Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, realizado  no pátio do 36º distrito policial que também abriga uma garagem e um depósito da Polícia Civil onde funcionaram na época da ditadura os extintos Operação Bandeirantes (OBAN) e o DOI-Codi de São Paulo (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), para lembrar a tortura e prisão de cerca de 5.000 pessoas, das quais 50 foram assassinadas ali por agentes públicos de 1964 a1985.

A delegacia, situada na Rua Tutoia, 921, no bairro do Paraíso era conhecida pelos torturadores e assassinos por vários nomes: "Casa da vovó", "Hotel Tutoia", "Inferno" e "Hospital".

O Ato chamado por mais de 80 entidades teve o objetivo de reiterar a reivindicação de muitos anos para transformar aquele espaço símbolo da repressão e do desrespeito aos Direitos Humanos em um lugar de memória e respeito à dignidade humana para que o Estado de exceção nunca mais se repita.

Foi lida a carta aberta que foi entregue ao governador Geraldo Alckmin sobre a solicitação para tal mudança. O prédio que foi tombado em 2014 pelo CONDEPHAAT, como de importância para a história da cidade precisa passar por esse processo seguindo os termos das conclusões e recomendações apresentadas pela Comissão Nacional da Verdade.

No evento, o coro Luther King se apresentou junto a grupos de teatro que realizaram apresentações lembrando as vítimas daquela época.

O Coletivo Advogados para a Democracia continua junto a outras entidades e cidadãos na resistência por honrar nossa democracia e os mártires que morreram lutando por ela certo de que a "casa da vovó" se transformará em um memorial em breve.

Confira abaixo a carta entregue ao governador:  

Durante o período ditatorial, as dependências do DOI-Codi foram um verdadeiro cenário de horror, com dezenas de pessoas assassinadas e milhares torturadas na presença de seus filhos, cônjuges e amigos. De forma ainda mais covarde se voltaram contra as mulheres, fazendo-as passar por todos os tipos de violações. Este local representa, sem dúvida, um dos pontos mais infames das ofensas contra os direitos humanos no Brasil.

Mas, apesar de todo horror do que foi o DOI­ Codi, este local também foi palco de atos de solidariedade entre os sequestrados políticos que aqui estiveram durante a ditadura. Mesmo tendo-os submetido a condições sub­ humanas, a repressão não conseguiu tirar-lhes a humanidade. 


Em 2014, esse prédio foi reconhecido pelo governo do Estado, através-do- tombamsrtto pelo CONDEPHAAT, como de importância para a história de São Paulo; mas, afirmamos que ele tem importância para a história nacional. 


A transformação de lugares de memória, como os prédios do antigo DOPS e da Auditoria Militar, em lugares que promovam uma consciência política, mostra que a mobilização pela Memória, Verdade e Justiça, em São Paulo, entende a importância de transformar em lugares que defendam, valorizem e promovam os direitos humanos em nosso país.

Por isso, reiteramos nosso pedido, como sociedade e vítimas diretas e indiretas dos atos ocorridos durante a ditadura neste prédio, que ele seja um lugar de consciência; um memorial que possa contar às futuras gerações os fatos ocorridos no passado e valorizar a democracia.

Solicitamos ao Governador Geraldo Alckmin, nos termos das conclusões e recomendações apresentadas pela Comissão Nacional da Verdade (item 28: "preservar, restaurar e promover o tombamento ou a criação de marcas de memória em imóveis urbanos ou rurais onde ocorreram graves violações de direitos humanos"), que transfira a posse do pr-édio do DOI-Codi para a Secretaria de Estado da Cultura e destine outro espaço, no bairro, para abrigar a atual delegacia, atendendo aos moradores da região. Governador, a sociedade paulista tem um dever e um compromisso com os valores da democracia e dos direitos humanos e a transformação do prédio do antigo DOI-Codi, em local de memória, é responsabilidade do Estado.


O que queremos é honrar nossa democracia e todos os antigos espaços da repressão política.     

 
Os mártires que morreram lutando por ela.


Todos os que aqui tombaram: PRESENTES!


Todos os que aqui lutaram: PRESENTES! HOJE E SEMPRE!


Conhecer o passado para entender o presente e projetar o futuro.


II Ato Unificado Ditadura Nunca Mais.


São Paulo, 23 maio de 2015.



Associação Cultural Nélson Werneck Sodré
Associação dos Docentes da UNESP - ADUNESP
Associação dos Docentes da USP - ADUSP
AFUBESP - Associação dos Funcionários do Banespa
Central de Movimentos Populares
CMP-BR - Central de Movimentos Populares do Brasil
CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT - Central Única dos Trabalhadores
CUT - Central Única dos Trabalhadores (CUT -SP)
Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu - CDHMPFI
Centro de Estudo de Mídia Alternativa Barão de Itararé
Ciranda - Comunicação Compartilhada
COADE - Coletivo Advogados para a Democracia Coletivo Contra Tortura - SP
Coletivo Memória, Verdade e Justiça "João Batista Rita" - Criciuma (SC)
Coletivo Merlino Coletivo Político Quem
Coletivo RJ Memória Verdade Justiça Comissão da Verdade da PUC-SP
Comissão da Verdade Marcos Lindenberg (UNIFESP)
Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos do Instituto de Estudos sobre a Violência do Estado
Comissão de Justiça e Paz de São Paulo
Comissão Municipal da Verdade (CMV-PMSP)
Comissão Nacional de Blogueiros Progressistas
Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça da CUT
Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça - CPMVJ
Comitê pela Memória, Verdade e Justiça de Juiz de Fora
Comitê Popular de Santos por Memória, Verdade e Justiça
CONAM - Confederação Nacional das Associações de Moradores
CLAI - Conselho Latino-americano de Igrejas Consulta Popu lar
Cooperativa Paulista de Teatro
Cordão da Mentira
Coro Luther King
Federação das Associações Comunitárias do Estado de SP - FACESP
Federação Paulistana das Associações Comunitárias - FEPAC
FUP - Federação Única dos Petroleiros
Fora do Eixo
Fórum de Ex-presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo
Fórum Direito à Memória e à Verdade do Espírito Santo
Fórum dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Verdade, Justiça e Reparação
Frente de Luta Por Moradia
Fundação Mauricio Grabóis
Grupo Teatral Parlendas
Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM-SP)
Instituto Sedes Sapientiae - São Paulo
Instituto Vladimir Herzog
AJD - Juízes para a Democracia
Jornalistas Livres
KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço
Levante Popular da Juventude
Liga Brasileira de Lésbicas
Mídia Ninja
Movimento dos Atingidos por Barragens
MDM - Movimento pelo Direito à Moradia
Movimento Unidos Pela Habitação - MUHAB
Núcleo de Preservação da Memória Política
Observatório da Mulher
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Partido dos Trabalhadores (PT)
Rede Brasil - Memória, Verdade e Justiça
REJU - Rede Ecumênica da Juventude
Rede Mulher e Mídia
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo
Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo - SINTAEMA
SINTAPI - Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos
Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo - Sindipetro Unificado SP
União Brasileira de Estudantes Secundaristas - UBES
União Brasileira de Mulheres
UJS - União da Juventude Socialista
UEE - União Estadual dos Estudantes
UNE - União Nacional dos Estudantes
UPES - União Paulista dos Estudantes Secundaristas
TUOV - Teatro Popular União e Olho Vivo
Universidade Zumbi dos Palmares

Apoio: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania - Prefeitura do Município de São Paulo.

Fotos do Ato: 









segunda-feira, 18 de maio de 2015

II ATO UNIFICADO DITADURA NUNCA MAIS


As entidades abaixo relacionadas têm a honra de convidá-los a subscrever, apoiar e participar do 2º Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, que farão realizar, no próximo dia 23 de maio, às 10h00, no pátio externo e nas dependências do local onde, no período da ditadura militar funcionou o DOI-Codi, em São Paulo, na Rua Tutóia, 921, nesta Capital.

O ato público tem por objetivo resgatar aquele espaço como local de memória e relembrar, para que nunca mais se repitam, as graves violações de direitos humanos ali praticadas, contra todos aqueles que se opuseram à ruptura da ordem constitucional e ao regime de exceção instaurado em 1964.

O ato unificado se constituirá de atividades culturais (artes cênicas e música) e da leitura do manifesto das entidades promotoras; não será franqueada o uso da palavra às entidades e aos presentes.

“Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça!”

São Paulo, maio de 2015.


Associação dos Docentes da UNESP - ADUNESP
Associação dos Docentes da USP - ADUSP
AFUBESP – Associação dos Funcionários do Banespa
Central de Movimentos Populares
CMP-BR - Central de Movimentos Populares do Brasil
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT - Central Única dos Trabalhadores
CUT - Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP)
Centro Cultural Nélson Werneck Sodré
Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu - CDHMPFI
Centro de Estudo de Mídia Alternativa Barão de Itararé
Ciranda – Comunicação Compartilhada
COADE - Coletivo Advogados para a Democracia
Coletivo Contra Tortura – SP
Coletivo Memória, Verdade e Justiça “João Batista Rita”  - Criciuma (SC)
Coletivo Merlino
Coletivo Político Quem
Comissão da Verdade da PUC-SP
Comissão de Justiça e Paz de São Paulo
Comissão Municipal da Verdade (CMV-PMSP)
Comissão Nacional de Blogueiros  Progressistas
Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça da CUT
Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça - CPMVJ
CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
CLAI - Conselho Latino-americano de Igrejas
Consulta Popular
Cooperativa Paulista de Teatro
Cordão da Mentira
Coro Luther King
Federação das Associações  Comunitárias do Estado de SP – FACESP
Federação Paulistana  das Associações  Comunitárias – FEPAC
FUP – Federação Única dos Petroleiros
Fora do Eixo
Fórum de Ex-presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo
Fórum dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Verdade, Justiça e Reparação
Frente de Luta Por Moradia
Fundação Mauricio Grabóis
Grupo Teatral Parlendas
Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM-SP)
Instituto Sedes Sapientiae – São Paulo
Instituto Vladimir Herzog
AJD – Juízes para a Democracia
Jornalistas Livres
KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço
Levante Popular da Juventude
Liga Brasileira de Lésbicas
Mídia Ninja
Movimento dos Atingidos por Barragens
MDM – Movimento pelo Direito à Moradia
Movimento Unidos Pela Habitação – MUHAB
Núcleo de Preservação da Memória Política
Observatório da Mulher
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Partido dos Trabalhadores (PT)
Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça
REJU – Rede Ecumênica da Juventude
Rede Mulher e Mídia
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo
Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo – SINTAEMA
Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados da CUT
Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo - Sindipetro Unificado SP
União Brasileira de Estudantes Secundaristas – UBES
União Brasileira de Mulheres
UJS – União da Juventude Socialista
UEE - União Estadual dos Estudantes
UNE – União Nacional dos Estudantes
UPES – União Paulista dos Estudantes Secundaristas
TUOV – Teatro Popular União e Olho Vivo
Universidade Zumbi dos Palmares
 Apoio:
Secretaria Municipal de Direitos Humanos
Prefeitura do Município de São Paulo



Confirme sua presença na página do evento no Facebook clicando aqui.

domingo, 3 de maio de 2015

MAIS UM ANO DE VIDA

 

O Coletivo Advogados para a Democracia comemorou ontem (02/05) quatro anos de vida. Apesar do pouco tempo de existência, foi possível realizarmos nesse período inúmeras ações em defesa dos Direitos Fundamentais do Cidadão e dos Direitos Humanos.

A luta para que possamos viver, efetivamente, em uma democracia está apenas começando e com força e ideal seguiremos trilhando o caminho da intransigente defesa da dignidade da pessoa humana.

Juntos somos fortes!


VIVER É LUTAR

A Vida é Luta
A Luta é Árdua
Existir é Lutar

Lutar para vencer
Sem esquecer que a derrota
Pode significar vitória

Afinal, a vitória dos fortes pode não ter sabor
E a derrota dos fracos pode ser inebriante
O simples ato de encarar o mais forte é uma vitória

Não há caminho que não seja o de tentar
Tentar transformar, mudar
Jamais reformar

A reforma esconde
A mudança esclarece

A Vida é Luta
A Luta é Árdua
Existir é Lutar

Caminhar pelos atalhos que a natureza nos oferece
E buscar desvendar o segredo inexorável da existência

Existir não é Ter
Existir é conquistar a real capacidade de SER
Na condição que nos resta.....a Humana

A Vida é Luta
A Luta é Árdua
Existir é Lutar

Seguir o instinto que sugere negar o poder constituído, apodrecido
O poder da Barbárie, da Exploração, da Mais-valia, da Alienação

Entender que o poder é Construção Coletiva da Convivência Humana
E que se ele é forte e cheio de artimanhas
É preciso Lutar Arduamente para Existir e Resistir

Sem Lutar não há porque Respirar


Autor: Rodrigo Sérvulo da Cunha