Na última terça-feira (04/12), os familiares de 72 pessoas mortas e desaparecidas políticas divulgaram uma carta sobre o encontro ocorrido em Brasília, realizado pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).
Abaixo, a carta na íntegra.
CARTA DE BRASÍLIA
Nós, familiares de pessoas mortas e desaparecidas vítimas da repressão política da ditadura militar brasileira (1964/1985), presentes no I Encontro Nacional de Familiares promovido em Brasília – DF, pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) instituída pela Lei 9.140/95, reunidos com membros e colaboradores/as dessa Comissão, nos dias 03 e 04 de dezembro de 2018, vimos a público:
- REITERAR o nosso direito inalienável de conhecer as circunstâncias de
desaparecimento e morte de nossos entes queridos e de receber os restos
mortais que ainda não foram localizados para sepultamento digno;
- REIVINDICAR a efetiva implementação das 29 (vinte e nove)
recomendações do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade,
publicado em 10 de dezembro de 2014;
- REAFIRMAR a necessidade de preservação de todos os arquivos
relativos ao período da ditadura militar, bem como a reconstituição de
autos e de procedimentos eventualmente destruídos ou, de qualquer
modo, extraviados;
- DEMANDAR políticas públicas de implementação e manutenção de
espaços e marcos de memória relativos às ações de repressão da ditadura
militar e de resistência à violência e ao arbítrio daquele período;
- DEFENDER, de maneira intransigente, a continuidade dos trabalhos
em termos plenos e a autonomia da Comissão Especial sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos;
- REQUERER a realização anual, a partir de 2019, de encontros nacionais de familiares nos moldes do presente evento.
Nesses termos, reafirmamos o compromisso com a luta de nossos antepassados pela defesa da justiça social, da liberdade e da democracia.
Brasília, 4 de dezembro de 2018.
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