Do MST
MST exige punição imediata dos responsáveis pelo crime cometido contra Sem Terra no Paraná.
No ataque covarde promovido pela PM e por seguranças da Araupel, foram assassinam dois trabalhadores Sem Terra.
Na tarde desta quinta-feira (07 de abril), famílias do MST, organizadas
no Acampamento Dom Tomas Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu,
região central do Paraná, foram vitimas de uma emboscada realizada pela
Policia Militar do Estado e por seguranças contratados pela empresa
Araupel.
No ataque covarde promovido pela PM e por seguranças da Araupel, foram
assassinados os trabalhadores rurais, Vilmar Bordim, de 44 anos, casado,
pai de três filhos e Leomar Bhorbak, de 25 anos, que deixa a esposa
grávida de nove meses. Também foram feridos mais sete trabalhadores e
dois detidos para depor e já foram liberados.
O acampamento, cuja ocupação teve início em maio de 2015, possui
aproximadamente 1,5 mil famílias e está localizado no imóvel rural Rio
das Cobras, que foi grilado pela empresa Araupel. A Justiça Federal
declarou, em função da grilagem, que as terras são públicas e pertence à
União, portanto, devem ser destinadas para a reforma agrária.
Segundo o relato das vítimas do ataque, não houve confronto algum. A
emboscada ocorreu enquanto aproximadamente 25 trabalhadores Sem Terra
circulavam de caminhonete e motocicleta, há 6 km do acampamento, dentro
do perímetro da área decretada pública pela justiça, quando foram
surpreendidos pelos policiais e seguranças entrincheirados.
Estes alvejaram o veiculo onde se encontravam os Sem Terra, que para se
proteger, correram mato adentro em direção ao acampamento, na tentativa
de fugir dos disparos que não cessaram. Em relato a PM admite que os
dois corpos fossem recolhidos de dentro da mata. Todas as vítimas foram
baleadas pelas costas, o que deixa claro que estavam fugindo e não em
confronto com a PM e seguranças.
O local onde ocorreu a emboscada ficou isolado pela PM por mais de duas
horas, impedindo o socorro dos feridos. Além de bloquear qualquer outra
pessoa que se aproximasse para socorrer e documentar a cena do crime a
polícia removeu as vítimas sem a presença do IML, bem como, os objetos
da cena do crime.
A Polícia Militar criou um clima de terror na cidade de Quedas do
Iguaçu, tomou as ruas, cercou a delegacia e os hospitais de Quedas do
Iguaçu e Cascavel para onde foram levados os feridos, e impediu qualquer
contato das vitimas com os familiares, advogados e imprensa.
O ataque da PM aos Sem Terra aconteceu após o Deputado Rossoni assumir a
Chefia da Casa Civil do Governo do Paraná e, que, coincidentemente,
esteve em visita ao Município de Quedas do Iguaçu, no dia 01 de abril de
2016, acompanhado do Secretário de Segurança Publica do Paraná, Wagner
Mesquita, além de representantes das cúpulas da policia do Paraná, que
determinaram o envio de um contingente de mais de 60 PMs para Quedas do
Iguaçu.
O MST está na região há quase 20 anos, e sempre atuou de forma
organizada e pacífica para que houvesse o avanço da reforma agrária,
reivindicando que a terra cumpra a sua função social. Só no grande
latifundiário da Araupel foram assentadas mais de 3 mil famílias.
O MST exige justiça e:
- Imediata investigação, prisão dos policias e seguranças, e punição de
todos os responsáveis – executores e mandantes- pelo crime cometido
contra os trabalhadores rurais Sem Terra.
- O afastamento imediato da policia militar e a retirada da segurança privada contratada pela Araupel.
- Garantia de segurança e proteção das vidas de todos os trabalhadores acampados do Movimento na região.
- Que todas as áreas griladas pela empresa Araupel sejam destinadas para Reforma Agrária, assentando as famílias acampadas.
Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!
Direção Estadual do MST Paraná
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